A peste
- Robinson Silva
- 18 de set. de 2021
- 2 min de leitura
lutando a vida a gente
com a face sempre cansada
com raça e força carente
sustenta a lida sofrida.
vai e vem desgovernado
com sonhos de ser especial
mas aguarda ação do Estado
para ter o que é essencial
viver sua dignidade
sem que no fim da idade
vire encostado na prece
e na fila do INSS.
o sentimento de uma vida toda
amargado por promessas vazias
que espancam e sangram a boca
e o toma por vida vadia.
sem olhar o que quer que esteja embaixo
passam por cima e resolvem seus quereres
e o povo é sempre enganado
por esmagadores de seres
e o corpo amassado tanto
tira da pandemia um pranto
que junta na enorme poça
a tão necessária força.
numa luta unida das gentes
contra uma a claque separatista
criando enorme corrente
em torno dum grupo egoísta.
e todo um montante de gado
que não entende o que se passa
se vê completamente cercado
sem discernir uma ameaça
de um projeto de futuro
e a massa cega faz um muro
que pouco a pouco cercasse
as pessoas da ferrada classe.
com vida pouco comprida
vai tocando a cada tanto
sem muito barriga enchida
o operário de todo canto.
escolhendo o que pode
entre coxinha e mortadela
comendo tudo como bode
se entope até a goela
e pra provar que é valentão
no voto escolhe o milicão
colocando em agonia
toda turma na azia.
com atitude muito esquisita
de deixar morrer pra vencer
faz-se de vil alquimista
não liga pra quem vai perder
o preventivo absurdo coquetel
dispersa a torto e a direito
etiquetando um preço a granel
pra quem não tem ar no peito
e pobre, preto, indígena
que ampliava ação indigna
era ocultado do relatório
dado descartado como acessório.
nesse estado sombrio e doente
é você a grande peste
que age de modo independente
fazendo do manauara o teste.
meia imagem de capitão
é raso, fraco e desumano
completa a tigela com meio milhão
e ainda coloca no engano
as cabeças obscurecidas
de vidas que já resolvidas
que se salvam com dose comprada
mas divulgam a fórmula errada.
e o voto como sempre
covardemente manipulado
convence a gente inocente
a confiar num condenado
e a gente que vive cansada
não apaga biografia
sua farsa será lembrada
por grandiosa geografia
que das cinzas sairá crescente
em grave ímpeto ascendente
a um futuro nunca testado
o projeto de grande Estado.
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